domingo, 27 de novembro de 2011

Filme #8 - Domingo - 27/11/11

500 dias com ela ( (500) days of summer - 2009)


Baixei Aqui.

Se eu tivesse assistido esse filme com 20 anos, eu ia adorar. Ia me identificar com a vida do cara (acho que todo mundo já viveu situações desse tipo), ia me apaixonar pela Zooey Deschanel, ia curtir a estética indie/cult do ambiente onde eles viviam... Acontece que eu não tenho mais 20 anos. Dez anos se passaram e eu mudei. Hoje, sinto raiva da idiotice do protagonista (assim como sinto raiva das minhas patetices passadas), acho a Zooey Deschanel uma versão sem graça da Katy Perry (essa sim), acho ridícula a forçação de barra hipster dos personagens (Quem usa terno justo e gravata estreita todos os dias?). Como disse a Cecília (minha senhora) - "eu tenho raiva dessas pessoas confusas. Confusas de forma psiquiátrica". Foi isso que eu senti pela Summer. Enquanto eu assistia, eu tinha a sensação de estar assistindo um "Alta Fidelidade" adolescente, mas sem a graça, sem carisma... E olha que o filme do Alta Fidelidade já é muito fraco se compararmos ao livro. As citações musicais me pareceram forçadas, exageradas, gratuitas.
Porém, ao assistir, eu tive a sensação de estar assistindo algo que vai ditar os clichês dos alternativos pros próximos anos. Como em "O fabuloso destino de Amélie Poulain", o filme nem tem culpa das meninas agindo feito idiotas e dos caras GOSTANDO disso que vão surgir por conta dele. Mas eu vou detestar da mesma forma.

PS: Esqueci de comentar - Pelo menos esse filme gerou uma tirinha muito bacana do meu amigo Raphael Salimena (http://www.linhadotrem.com.br):

sábado, 26 de novembro de 2011

Filme #7 - Sábado - 26/11/11

O filho de Jo (Le Fils à Jo, 2010)




Peguei esse filme por seu apelo óbvio, o rugby, mas acabou sendo uma grata surpresa assistir a um filme leve, divertido, que fala também de paixão, dedicação e relações familiares.
Comecei a me interessar por Rugby em 2008, quando minha mãe, voltando de uma viagem à França, me trouxe um agasalho da Copa do Mundo de Rugby de 2007. Eu sabia mais ou menos do que se tratava o esporte, mas acabei procurando saber mais. Em 2009, jogava futebol com um cara que treinava rugby em Juiz de Fora. Dizia que iria, mas sempre desanimava. Até que em 2010, com a onda pós-Invictus, aconteceu uma partida do Campeonato Mineiro de Rugby em Juiz de Fora e eu fui assistir. Na semana seguinte eu já estava treinando e me apaixonei pelo esporte. Em 2011, cheguei a disputar o mineiro pelo JF Rugby, mas me lesionei em maio e já se vão 7 meses parado. Por isso, assistir jogos, jogar rugby no video-game e assistir filmes que tratem do rugby tem sido um bom meio de permanecer em contato com o esporte (mas em 2012 eu tô de volta).
O Filho de Jo é diferente dos outros principais filmes sobre o Rugby por que trata o esporte como uma coisa menos mitificada. Invictus tem toda a carga simbólica, de unir a nação sulafricana e tals, e Para sempre Vencedor transforma o Rugby numa coisa quase religiosa (não por acaso, já que conta a história de um time que era dirigido por um famoso pregador mórmon. Em uma sequência, um personagem fala "O verdadeiro Rugbier não bebe álcool". Eu quase escangalhei de tanto rir...). Além disso, o Rugby no Brasil é fortemente influenciado pelo Rugby inglês (que é a principal influência do Rugby de nossos vizinhos - Argentinos). O rugby inglês é muito tradicionalista, mas em alguns momentos é tão respeitoso que chega a ser frio. Em O filho de Jo, vemos o rugby francês, que é mais vibrante, onde a torcida grita na hora do penal e xinga o juiz. Tem muito mais a ver com nosso país do que o respeito excessivo dos britânicos e hermanos. Alguns temem esse tipo de coisa. Dizem que se o Brasil enveredar por esse caminho, o rugby brasileiro pode se tornar mais uma "jabuticaba". Pois eu digo: que se torne! Adotemos a Jabuticaba como símbolo da nossa seleção. Não quer dizer que teremos um rugby vergonhoso como o futebol brasileiro, e sim que não precisamos ficar de macacos de imitação de ingleses ou argentinos. Podemos ser respeitosos E desontraídos. Não precisamos de tanta formalidade, não precisamos ser tão solenes - principalmente enquanto torcedores.
Digressões a parte, o filme é um pouco sobre filhos seguirem seus próprios caminhos, mesmo que seja para fazer a mesma coisa que os pais. Pensemos nisso.

PS: Esse filme eu assisti com legendas em inglês, mas sei que alguns colegas do meu time não dominam o idioma. Por isso, estou aos poucos traduzindo as legendas para o português brasileiro. Deve demorar um pouco, mas quando estiver pronto eu coloco aqui no Blog.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Filme #6 - Sexta-Feira - 25/06/11

Cthulhu (Cthulhu - 2007)


Baixei aqui.

Assistir um filme todo dia tem uma certa dose de masoquismo. As vezes acho alguns filmes que são tão ruins que causam DOR. Esse é o caso desse filme. Baixei por que é baseado na obra de H.P. Lovercraft. Não, eu nunca li os livros do Lovercraft, mais por falta de tempo (minha lista de livros a serem lidos é longa) do que por falta de interesse, mas achei que seria uma boa introdução. Pelo que sei, os livros tratam de pessoas que são expostas a segredos sobre Deuses Ancestrais e cultos malignos que acabariam por enlouquecê-las. Justiça seja feita, isso tudo está no filme. O problema é que é tudo MUITO mal feito. Já vi bons filmes com roteiros piores do que Cthulhu, mas a direção e - principalmente - as atuações colocam tudo a perder.
Quando vemos um filme sem atores conhecidos, pode ser que seja bom. Filmes cheios de atores desconhecidos protagonizados por um ator conhecido pode indicar um projeto pessoal daquela estrela. Agora, quando o artista "conhecido" era coadjuvante de uma série, e é coadjuvante do filme, é pra temer. Entre a trama angustiante e os monstros mostrados no filme, o que dá mais medo é a atuação especialmente ruim de Tori Spelling, que fazia a Donna no seriado Barrados no Baile.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Filme #5 - Quinta-Feira - 24/11/11

Pura Adrenalina (Bottle Rocket, 1996)



Baixei em algum lugar que não consigo me lembrar.

Esse é o primeiro longa metragem do diretor Wes Anderson (e único live-action que faltava para eu assistir). Mais uma vez (ou seria "pela primeira vez"?) personagens desajustados e situações constrangedoras. Mais uma vez, um bom filme. Porém, acho que é o mais fraco do diretor (o que não chega a ser um demérito - era o primeiro filme). Na minha opinião, a ordem é:

1) Os Excêntricos Tenenbaums
2) Três é demais
3) Viagem a Darjeeling
4) A vida marinha de Steve Zissou
5) Pura adrenalina

Falta agora assistir a animação "O Fantástico Sr Raposo".

Enfim, é um dos meus diretores atuais favoritos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Filme #4 - Terça-feira - 22/11/11

Irmão (Brat, 1997)


Quem me conhece sabe que eu tenho muito interesse pelas coisas da antiga URSS. Acho muito interessante a ideia de saber como era tudo do lado de lá da Cortina de Ferro, tentar entender o que acontecia do lado "inimigo" da Guerra Fria. Entendam-me: Não sou comunista, socialista, nem me seduz a ideia de uma ditadura totalitária, mas me desperta tremenda curiosidade o lado vermelho. Com a internet, fui conhecendo um pouquinho da história e da cultura - principalmente da música - da União Soviética e das repúblicas independentes que surgiram dali.
Há mais ou menos um ano meu cunhado começou a se corresponder com uma russa, que hoje é sua namorada. Ela indicou alguns filmes para ele, que me passou. As legendas são em inglês, e falham em alguns momentos (faltam legendas nas placas - por exemplo), mas dá pra entender bem. São 3 filmes, um dos anos 80, os outros dois são do final dos anos 90. Os filmes ficaram mofando no meu HD, e hoje eu peguei para assistir o primeiro.
"Irmão" é um filme de 97 e conta a história de Danila, um ex-militar que sai de sua pequena vila no interior da Rússia para morar com o irmão mais velho em São Petesburgo. Lá, acaba entrando para o ramo de negócios do irmão, um matador de aluguel. A história em si não é nada demais, mas o é interessante para se ver a estética - que lembra a do cinema europeu dos anos 80. A trilha sonora é bem legal, com muita coisa da banda Nautillus (o protagonista é um grande fã). Durante todo o filme, enquanto Danila cometia seus crimes, era impossível não relacionar com GTA IV. Se Danila pegasse um barco e fosse pros EUA, provavelmente se tornaria um Niko Bellic.
Vale a pena assistir.

PS: O pessoal teve as manhas de achar gente FEIA pra esse filme... PQP!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Filme #3 - Segunda-feira - 21/11/11

Missão quase impossível (The spy next door, 2010)


Assisti na Globo - Tela Quente

Eu adoro o Jackie Chan, mas esse filme é muito fraquinho. Nada mais do que um genérico de "Operação Babá", de 2005. Não dá pra entender o porquê de praticamente refazerem um filme que já não tinha sido grande coisa. Mesmo o carisma de Chan parece estar apagado nesse filme, que é uma comédia que não faz rir, uma história familiar que não emociona... Até as clássicas cenas de luta desse filme estão piores! Enfim, 2 horas perdidas.

Mas já!?!

Sinceramente, eu não esperava ter que vir aqui falar de qualquer coisa que não filmes tão cedo. No entanto a escrotidão humana é tamanha que é capaz de atrapalhar quaisquer planos. O filme que assisti hoje foi Um Golpe do Destino (The Doctor), mas não vão faltar oportunidades para comentar esse, já que eu o uso em sala de aula todo semestre. Assim sendo, vou ter que comentar algo bem mais chato.
Pelos dois primeiros filmes, vocês já devem ter reparado que minha maior fonte de filmes atualmente tem sido o site Filmes com Legendas. Pois, hoje entrei para ver as novidades e vi com tristeza que o site foi invadido e está fora do ar. Eu não entendo o que leva uma pessoa a ficar fuçando falhas de segurança de um site que disponibiliza conteúdo gratuito. Ora! Vão invadir a NASA ou a CIA... Derrubar o blog em dia de lançamento do Walking Dead é MUITO vacilo.
Que os responsáveis sejam seguidamente sodomizados no inferno enquanto assistem eternamente a filmografia do Zack Snyder (menos o "Madrugada dos Mortos").


domingo, 20 de novembro de 2011

Filme #2 - Domingo - 20/11/11

Bubba-Ho-Tep (Bubba-Ho-Tep, 2002)



Baixei aqui.

Terror não é um gênero que me atrai muito. No entanto, os filmes trash sempre me agradaram pela honestidade. Sabe, a coisa de saber que está sendo ridículo e ainda assim levar a sério! Pois, se tirarmos os efeitos especiais bizarros e a trama estapafúrdia, tudo nessa galhofa é levado a sério. Bruce Campbell é um canastrão de primeira e encarna Elvis com muita dignidade. É aquela coisa de que quem conta a piada não pode rir dela. Bubba-Ho-Tep é um filme muito legal para quem entender que sua proposta é ser uma galhofa, mas nem por isso avacalhado. Os monologos de Elvis são impagáveis, e o absurdo da coisa toda é recompensador. Cinema levado como entretenimento, como forma de contar uma história. O cinema seria melhor se tivéssemos mais Bubba-Ho-Teps do que "filmes de arte".

PS: não estou dizendo que não deviam existir filmes de arte, ou que filmes de arte são necessariamente ruins, mas parece que cada garoto que sai de uma escola de cinema se sente o Godard... É o que o Tom Zé chamava de Complexo de Épico:

Por que então esta mania danada,
esta preocupação

de falar tão sério,
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?

Ai, meu Deus do céu,vai ser sério assim no inferno!

sábado, 19 de novembro de 2011

Filme #1 - Sábado - 19/11/11

Origem Secreta - A história da DC Comics (Secret Origin - The story of DC Comics - 2010 )



Baixei AQUI.

É um documentário institucional, oficial, então eu não esperava ver nenhum assunto polêmico. O foco é na editora, e não nos personagens, o que me frustrou um pouco. É legal ver os depoimentos dos escritores, que são muito didáticos para explicar a evolução das eras, a crise editorial dos anos 50 e tudo mais. Mas nem uma palavrinha sobre a "Crise nas Infinitas Terras"? É claro que o documentário foi feito já tendo em mente o Reboot desse ano, e talvez essas omissões sejam propositais, mas senti falta. Vale muito para explicar um pouco do fascínio que as HQs de super-heróis exercem sobre milhares de pessoas.
Eu gosto de quadrinhos desde que era criança. Comecei, como quase todo brasileiro, pelas revistas do Maurício de Souza, mas muito cedo pulei para os quadrinhos de super-heróis. Me lembro de juntar dinheiro - ou pior, pegar emprestado com meu irmão mais novo - para comprar quadrinhos do Homem Aranha. Há já algum tempo só compro revistas especiais. Não compro nenhuma revista mensal, mas mesmo assim dou "algum jeito" de acompanhar o que tem acontecido no mundo dos quadrinhos, em especial na DC Comics.
Desenvolvi uma teoria - que é falha em muitos aspectos, mas serve perfeitamente para um botequim - sobre a relação das pessoas com os quadrinhos de super-heróis (que diz mais sobre a MINHA relação com quadrinhos):
Na infância, eu lia Homem-Aranha. É um quadrinho sobre crescer. "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades". É perfeito para um garoto de oito anos que acaba de receber as chaves de casa, ou que ganhou permissão para ir de bicicleta sozinho para a escola. Mesmo com todas as cagadas editoriais que a "Casa das ideias" fez com o personagem, o amigão da vizinhança para sempre terá um papel fundamental no que eu sou hoje. Um pouco mais velho, na adolescência, comecei a ler X-men (que por muitos anos foi "Xis-men" pra mim). Muito já foi dito que os mutantes de Stan Lee seriam uma metáfora para negros, ou para homossexuais, mas a real é que as histórias são sobre inadequação. Um eterno lamento de "porquê o mundo não me compreende!?". Quer coisa mais adolescente do que isso? Quando me tornei um jovem adulto (ali pelos 20, na faculdade), queria quadrinhos mais adultos, mais sérios. Nos enlouquecidos dias do início desse século (ainda sob forte influência dos anos 90), "adultos" e "mais sérios" se resumiam a "violência". É a época de ler Justiceiro, Demolidor, e mesmo o Batman, esses anti-heróis que não só são hostilizados pela sociedade: eles realmente agem ACIMA da lei. Se acham acima de qualquer julgamento moral. É com essa arrogância que chegamos à faculdade e, infelizmente, muitos jamais passam dessa fase... Como vocês podem ver, até os vinte e poucos, eu era um marvete de carteirinha. Mais ou menos aos 22 eu parei de ler quadrinhos por um tempo. Até curtia quando alguma coisa passava por mim. Mas não tinha mais tempo pra quadrinhos, tinha que ler muita teoria. Muito sério.
Na reta final do mestrado, quando eu tinha uns 26 mais ou menos, sentia falta de ler algo que me distraísse, mas não tomasse muito meu tempo. E lá estavam os quadrinhos nas bancas, me esperando. Porém, os caminhos que eu conhecia não me atraiam mais. Por isso, para meu "eu" adulto, a DC me parecia mais sedutora, com sua simplicidade. Aos vinte e muitos, os quadrinhos eram uma forma de me conectar com meu "eu" infantil. Eu não queria ler sobre um mundo onde vilões e heróis se confundem, eu queria um mundo preto no branco (eu ainda não tinha lido "O reino do amanhã", mas hoje essa revista resume o que eu acho sobre os quadrinhos "adultos" dos anos 90 e 00. Se você ainda não leu, baixe aqui). Foi nessa época que me apaixonei pela Sociedade da Justiça da América. Recentemente tenho me interessado cada vez mais pelo Super-Homem. Consigo até imaginar o Rafael de 13 anos - "rebelde' - me olhando com jeito de repúdio: como assim? O escoteirão? Num arco recente da SJA, em um dado momento, alguém comentou que o que faz do Super-Homem o maior herói de todos não é a parte Super, e sim a parte Homem. Eu adoro Quentin Tarantino, me divirto com a análise do personagem de Kill Bill, mas acho que ele não poderia estar mais errado. Clark Kent não é uma caricatura da humanidade. É o resultado do maior poder do homem da capa: super empatia. Super capacidade de compreender que os humanos temem e usar essas "fraquezas" para impulsionar heroísmo.
Não sei como será minha relação com os quadrinhos daqui a alguns anos, mas acho que dificilmente eles deixarão de fazer parte da minha vida. Será que eu vou chegar a ler Tex?

(PS: Não se iludam, a maioria dos textos desse blog terá 1/5 desse tamanho.)


Primeiramente...

A ideia desse blog não é ser uma referência para crítica de cinema. Nem é fazer crítica de cinema, na verdade. É mais para comentar os filmes que eu assisto. Assisto quase um filme por dia, e muitas vezes depois de uns tempos eu nem me lembro se achei o filme bom ou ruim. Por muito tempo eu mantive um arquivo do word com os filmes que eu assistia nos cinemas (o que não chega a um décimo de todos os filmes que eu assisto), mas mesmo este arquivo se perdeu depois de sucessivas trocas de computador.
Escrevo esse blog para mim. Além de autor, meu principal leitor sou eu mesmo, daqui a algum tempo. Não estou preocupado se as pessoas vão ler esses comentários ou não, embora talvez eu me divertisse com outras opiniões sobre os filmes aqui comentados. Eventualmente devo viajar para além dos filmes comentados, colocando algo sobre alguma série ou livro, ou mesmo quadrinho que tenha lido. Enfim, leia por sua própria conta e risco.