Assalto ao Banco Central (2011)
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Pra quem olha de longe, parece muito fácil ser Hollywood. Afinal, é só entretenimento vazio, descartável. Produto enlatado para público pouquíssimo exigente. Porém, a situação muda quando se tenta copiar.
Durante décadas, o cinema brasileiro buscou o artístico, o cinema mais autoral. Nisso nós copiamos os franceses, os italianos, os alemães... Até que chegamos a uma fórmula brasileira. E até que ficamos bons. Tá certo que as vezes tem pobreza demais, sertão demais, mas temos bons filmes. Acontece que muitas vezes eram filmes que tinham mais gente em tela do que interessados em assistir. Filmes pra círculos restritos, de estudantes de comunicação e artes, gente de tênis verde e a galerinha que usa cachecol no Rio de Janeiro. Desnecessário dizer que dava prejuízo. Aí chegou a hora de fazer filme pra ganhar dinheiro, pra entretenimento. "Moleza! O público é pouco exigente!". E aí é que se estrepa.
Por um bom tempo, o cinema de entretenimento brasileiro tinha cara de novela. Olga, ...E se eu fosse você?, Deus é Brasileiro e outras coisas do tipo. O público até comparecia, mas todo mundo sabia que aquilo ali era um cineminha chinfrim. Aí vieram Cidade de Deus e Tropa de Elite, que faziam um cinema extremamente popular e de nível internacional. Mas esses, infelizmente, ainda são exceção.
Assalto ao Banco Central é o filme de entretenimento pós-Tropa de Elite que dá errado. Do que adianta ter um excelente plot central e não saber desenvolvê-lo? De que adianta ter ótimos atores (tirando Eriberto Leão, né?) se o roteiro é mal escrito e a direção é incompetente? Assalto ao Banco Central parte da situação real para uma sucessão de clichês que faz com que quem assiste tenha a sensação de estar ruminando algo que já engoliu. Foram muitos anos até chegarmos a um cinema de arte brasileiro que fosse realmente bacana. Cidade de Deus e Tropa de Elite indicavam que o caminho para o cinema de entretenimento brasileiro podia ser mais curto. Assalto ao Banco Central indica que não.
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